quinta-feira, 15 de julho de 2010

Não Vale a Pena!

>> Antes de me converter, ainda na adolescência, eu gostava muito do Bon Jovi. Até começar a me interessar por inglês e traduzir as minhas músicas preferidas da banda. Descobri que cansei de cantar em alto em bom som: "eu sou filho do diabo", numa das músicas mais famosas deles e que inclusive, era o nome de um dos discos. Isso foi ainda, bem antes de me converter, mas mesmo assim, fui perdendo o interesse pela "questão".
E eu me lembro que a carreira dele chegou numa decadência tal, que até "pontinha" em "Malhação" ele fez. Apresentou um play back no "Domingão do Faustão" (ao vivo, rs) e participou do extinto "Programa Livre", no SBT.
E, detalhando a aparição dele no Programa Livre - na época conduzido por Serginho Groisman - quero relatar que na ocasião, tinha um jovem na platéia (na verdade, não tão jovem) que, quando teve a oportunidade de fazer uma pergunta ao seu ídolo famoso/falido, mostrou os dois braços e neles, duas tatuagens, uma de cada lado, perguntando se ele já tinha visto alguém fazer uma loucura dessas de tatuar exatamente as mesmas figuras que ele, nos mesmos lugares e também perguntou sobre a questão das composições musicais com o ex - companheiro de banda e melhor amigo (ouvi dizer que também virou ex - melhor amigo) Richie Sambora.
Deixando de lado o fato de ser uma imagem patética um cara com aparência de uns 28 anos, um cabelo tingido de loiro na altura dos ombros, cabelo esse, meio arrepiado (e ressecadíssimo) e com uma blusa super apertada, sendo esse cara meio "fortinho", tudo pra imitar o roqueiro (famoso/falido) que era seu objeto de devoção, vamos pro fato principal, que é a forma como esse pobre coitado foi respondido pelo seu amado ídolo famoso/falido.
O Bon Jovi bebia água enquanto a pergunta era feita e quando acabou, sem nenhuma expressão de simpatia ao sujeito ou sequer surpresa pela pergunta sobre as tatuagens iguais as dele (nem que fosse por educação), respondeu: "sim, já vi algumas pessoas fazerem tatuagens iguais as minhas..."; acrescentou algo pelo questionamento sobre as composições e só. Nem a intérprete bonita e espirituosa conseguiu reproduzir a resposta com algum entusiasmo.
O fã (ou diria, ex - fã, se tivesse o mínimo de amor próprio) não ganhou nem um SORRISO do seu ídolo, com quem gastava tanto dinheiro e por quem sentiu tamanha dor: a das tatuagens. Ainda teve a simplicidade de pedir uma foto junto, a produção do programa autorizou, mas... O astro escolheu começar uma música exatamente no momento em que o cara descia pra chegar perto dele e fez "despistadamente" (na verdade nada discreto) um sinal com o dedo dizendo "não".
Hoje, me lembrando disso, percebo que, em cada momento, em cada dia e com cada tempo da nossa vida, Deus nos está ensinando e discipulando. Depois de tantos anos daquela época vazia que vivi, Jesus vem me ensinar que, quem se dedica a alguém de uma forma da qual só Ele é digno e ama a alguém mais do que ao Senhor, alguém que tem veneração por um ser humano, vai colher frustração. Sem dúvida!
Eu imagino a emoção daquele pobre sujeito, cego espiritualmente, em estar perto do Bon Jovi naquele dia; essa foi uma das falas dele também; disse que estava emocionado de ter conseguido entrar e poder estar tão perto dele, uma vez que, tantas pessoas ficaram do lado de fora. Eu imagino o dia em que ele foi fazer as tais tatuagens, como deve ter se empolgado com elas durante dias e dias... E finalmente, quando tem a oportunidade de mostrar pro próprio inspirador da sua atitude o que havia feito e confessar a razão: uma paixão e admiração desmedidas pelo cara, é esnobado e tratado como se fosse um inseto em plena rede nacional. Isso, porque o "astro" estava falido; imagina o que ele faria ou falaria (ou como falaria), se estivesse no auge...
Ainda ouvindo a Jesus sobre esse episódio, Ele vem gritar dentro de mim: "não vale a pena!". Vem se manifestar a mim dizendo que não compensa gastar energia com pessoas (a menos que o fim seja missionário), adorar pessoas, nos dedicar e sentir dor por pessoas. Aos devotos de santos e santas também cabe a exortação: só O Senhor é Deus!
Não sei porquê, mas ainda me impressiono com a ignorância daqueles (as) que ainda não se decidiram por Cristo... Não devia ser assim, uma vez que, tendo o Senhor Jesus como meu único e suficiente salvador e tendo na minha vida os efeitos dessa decisão, devia também estar ciente dos efeitos contrários que a falta da essência dEle causa aos que ainda vivem no chamado "tempo da ignorância". Por ter buscado e adquirido o livre acesso ao trono da graça, eu devia também, ter uma idéia do horror e da cegueira nos quais uma vida sem ele está mergulhada.
Porém, sim. Ainda me impressiona ver as pessoas sem Cristo se deixarem levar por aparências e se deslumbrarem com a arte daqueles que só vivem pela tal arte, sem sequer cuidar da própria saúde... Como e quando iriam se importar com a admiração deles? Nunca.
Não sei se tenho mais pena do ídolo ou do fã. Ambos são cegos, um por aquilo que ele julga ser criação e mérito próprios e por se achar digno de idolatria, o outro por depositar num ser humano - muitas vezes, mais limitado do que ele mesmo - sua confiança absoluta e genuína e ver na imagem do tal artista, todo o motivo da sua satisfação.
Não conhecem o real "objeto" de felicidade e realizações, o único e verdadeiro fruto do amor incondicional que, mesmo àqueles que o desprezam, oferece sempre e somente, a mais pura dedicação. O mais talentoso artista, o que criou as notas e aquele que as combina da forma mais perfeita! Aquele que tem o timbre mais doce e canta suavemente a nós, nos fazendo apaixonar!...
Ao que não é limitado, mas que é O Todo - Poderoso e Senhor de toda arte, seja dada a glória eternamente, amém!

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