domingo, 14 de novembro de 2010

O inferno segundo Charles Haddon Spurgeon


"A alma compareceu diante do seu Criador; o livro foi aberto; a sentença foi declarada: "apartai-vos malditos"! O universo foi sacudido, e tomou as próprias galáxias obscurecidas com a desaprovação do Criador; a alma se foi às profundezas onde habitara com outras na morte eterna. Oh quão terrível é a sua posição agora! Seu leito é um leito de chamas: as visões que ela tem são horrendas, horripilam-na; os sons que ela ouve são gritos, lamentações, choros e grunhidos; tudo que o seu corpo conhece é a imposição de dores lancinantes (cruciantes)! Ele tem o inexprimível infortúnio da miséria não mitigada (atenuada). A alma olha para baixo com medo e pavor; o remorso toma posse dela. Ela olha para sua direita, e as paredes inflexíveis da ruína a mantém dentro dos limites da tortura. Olha para sua esquerda, e ali o baluarte de fogo ardente impede a escalada de qualquer imaginado escape! Olha para dentro de si e ali procura por consolação, mas um verme torturante já penetrou nela. Ela olha em volta não tem amigos que a ajudem, nem consoladores, e sim atormentadores em abundância. Não conhece a esperança da libertação; já ouviu o eterno ferrolho do destino fechando a porta da terrível prisão, e viu Deus tomar a chave e jogá-la nas profundezas da eternidade para nunca mais ser achada. Sem esperança, desconhece escape, não conjectura libertação; suspira pelo fim, mas a morte é por demais um adversário para ali estar; deseja
ardentemente que a não existência a possa tragar, mas esta morte eterna é pior do que o
aniquilamento! Anseia pelo extermínio como trabalhador pelo seu dia de descanso; deseja
profundamente que possa ser engolida pelo nada, assim como o escravo da galé (antiga embarcação a remos) deseja sua liberdade qual nunca chega. Está eternamente morta! Quando a eternidade tiver dado incontáveis voltas, a alma perdida ainda estará morta. "Para todo o sempre" não conhecerá fim; a eternidade não pode ser soletrada a não ser na eternidade. No entanto, a alma vê assento sobre a sua cabeça; "és maldita para sempre"! Ela ouve gritos que serio perpétuos; as chamas que são inextinguíveis; conhece dores que não terão alivio; ouve uma sentença que não ruge como um trovão da terra que logo cessa porém, continua sempre e sempre, retinindo os ecos da eternidade - fazendo milhares de anos tremer outra vez com o terrível estrondo do seu pavoroso ruído; "Apartai! Apartai! Apartai malditos''! Isto é na verdade a morte eterna."

Obs.: ele inicia o relato lamentando não ter palavras para descrever a morte eterna, rs.
Misericórdia, nunca li nada tão forte!

Um comentário:

Weber disse...

Precisamos amar as almas perdidas, urgente, "a verdade mais verdadeira" não está sendo proclamada, se não tiverem a Cristo irão perecer eternamente.